terça-feira, 31 de agosto de 2010

Antônio de Sampaio.

Antônio de Sampaio foi herói da Tríplice Aliança, à frente da 3ª Divisão do Exército Imperial (Comando Operacional subordinado ao Comando Militar do Sul). Considerado um dos maiores militares da história do Brasil independente, ele nasceu em Tamboril, no Ceará, dia 24 de maio de 1810, e veio a falecer em Buenos Aires, dia 06 de junho de 1866. Pela sua bravura nas guerras em que participou, é considerado o patrono da arma de Infantaria no Brasil. Alistou-se no Exército com 20 anos. Desta maneira, foi Praça em 1830, Alferes em 1839, Tenente em 1839, Capitão em 1843, Major em 1855, Coronel em 1861 e Brigadeiro em 1855.
Curiosidades:
Foi consagrado Patrono da Infantaria do Exército Brasileiro em 1962.
Em 1940, o 1º Regimento de Infantaria do Exército Brasileiro, herdeiro das Tradições do Terço Velho de Mem de Sá, recebeu o nome de Regimento Sampaio, em sua homenagem.
Em 24 de maio de 2010, foi comemorado o bicentenário do nascimento de Sampaio. Foram feitas várias comemorações em ambientes militares diante desse grande feito.

Batalhas.

Batalhas em que Antônio de Sampaio teve destaque:
Encontro de Icó, em 1832, quando recebeu seu batismo de fogo.
Cabanagem, em 1835.
Balaiada, de 1839 a 1841.
Guerra dos Farrapos, entre 1844 e 1845.
Revolta praieira, de 1848 a 1850.
Guerra contra Oribe e Rosa, em 1851.
Guerra contra Aguirre, em 1864.
Guerra da Tríplice Aliança, em 1866.

Fonte: www.wikipedia.com.br

Encontro de Icó (1832)

Reunião onde Antônio de Sampaio recebeu seu batismo de fogo, na então Província do Ceará, em quatro de abril de 1832.

Fonte: www.wikipedia.com.br

A Cabanagem (1835)

A cabanagem foi uma revolta na qual: índios, negros e mestiços se rebelaram contra a elite política e tomaram o poder na então província do Grão-Pará. Entre as causas da revolta encontram-se a extrema pobreza das populações ribeirinhas e a irrelevância política à qual a província foi relegada após a independência do Brasil.
A denominação “cabanagem” se refere ao tipo de habitação que os povos ribeirinhos utilizavam, espécie de cabanas.
Após a independência do Brasil, a província do Grão-Pará mobilizou-se para expulsar as forças que pretendiam manter a região como colônia de Portugal. Nessa luta, que durou diversos anos, formaram-se diversos mocambos de escravos foragidos e eram frequentes as rebeliões militares. Terminada a luta pela independência e instalado o governo provincial, os líderes locais foram marginalizados do poder.
Em julho de 1831 estourou uma rebelião na guarnição militar de Belém do Pará. A indignação do povo cresceu, e em 1833 já se falava em criar uma federação. O presidente da província, Bernardo Lobo de Sousa, desencadeou uma política repressora, na tentativa de conter os inconformados. O ponto máximo foi em 1834, quando Batista Campos publicou uma carta do bispo do Pará, criticando alguns políticos da província. Por não ter sido autorizada pelo governo da Província, Bernardo foi perseguido, refugiando-se na fazenda de um amigo. Reunindo-se aos irmãos Vinagre (Manuel, Francisco Pedro e Antônio) e ao seringueiro e jornalista Eduardo Angelim reuniram um contingente de rebeldes na fazenda. Antes de serem atacados por tropas governistas, abandonaram a fazenda. Contudo, no dia 3 de novembro, as tropas conseguiram matar Manuel Vinagre e prender Malcher e outros rebeldes. Batista Campos morreu no último dia do ano, ao que tudo indica de uma infecção causada por um corte que sofreu ao fazer a barba.

A Balaiada (1839-1841)

A Balaiada foi uma revolta de caráter popular, ocorrida entre 1838 e 1841 no interior da então Província do Maranhão, no Brasil,e que após a tentativa de invasão de São Luís, dispersou-se e estendeu-se para a vizinha província do Piauí. Foi feita por pobres da região, escravos, fugitivos e prisioneiros. O motivo era a disputa pelo controle do poder local.
Durante o Período regencial brasileiro o Maranhão, região exportadora de algodão, passava por uma grave crise econômica, devido à concorrência com o gênero estadunidense. Em paralelo, a atividade pecuária absorvia importante contingente de mão-de-obra livre nessa região. Esses fatores explicam o envolvimento de elementos escravos e de homens livres de baixa renda no movimento.
No campo político ocorria uma disputa no seio da classe dominante pelo poder, que se refletia no Maranhão opondo, por um lado, os liberais (bem-te-vis) e os conservadores (cabanos).
O evento que deu início à revolta foi a detenção do irmão do vaqueiro Raimundo Gomes, da fazenda do padre Inácio Mendes (bem-te-vi), por determinação do sub-prefeito da Vila da Manga, José Egito (cabano). Contestando a detenção do irmão, Raimundo Gomes, com o apoio de um contingente da Guarda Nacional, invadiu o edifício da cadeia pública da povoação e libertou-o, em dezembro de 1838. Em seguida, Raimundo Gomes, conseguiu o apoio de Cosme Bento, ex-escravo à frente de três mil africanos evadidos.
Apesar das tentativas de manipulação por parte dos bem-te-vis, o movimento adquiriu feição própria, saindo de controle. Diante da proporção alcançada, envolvendo as camadas populares, as elites locais se aproximaram em busca de estratégias para derrotar os revoltosos. O movimento, após uma tentativa frustrada de invasão da capital da província, São Luís, dispersou-se após repressão sofrida de um destacamento da Guarda Nacional, e alcançou a vizinha província do Piauí.
Diante desse esforço, o governo regencial enviou tropas sob o comando do então Coronel Luís Alves de Lima e Silva, nomeado Presidente da Província. Conjugando a pacificação política com uma bem sucedida ofensiva militar, em uma sucessão de confrontos vitoriosos obtida pela concessão de anistia aos chefes revoltosos que auxiliassem a repressão aos rebelados, obteve a pacificação da Província em 1841. Foi auxiliado no Piauí por Manuel de Sousa Martins, líder conservador, Presidente da Província, e conhecido repressor de movimentos liberais ocorridos em toda a província, destacando-se por sua excepcional ajuda em reprimir a adesão à Balaiada na província.
Os líderes balaios foram mortos em batalha ou capturados. Destes últimos, alguns foram julgados e executados, como Cosme Bento, por enforcamento. Pela sua atuação na Província do Maranhão, Lima e Silva recebeu o título de Barão de Caxias. Pouco após o fim da revolta, também Sousa Martins recebeu um título, o de Visconde da Parnaíba.

Revolução Farroupilha (1844-1845)

Guerra dos Farrapos ou Revolução Farroupilha são os nomes pelos quais ficou conhecida a revolução ou guerra regional, de caráter republicano, contra o governo imperial, na então província de São Pedro do Rio Grande do Sul, e que resultou na declaração de independência da província como estado republicano, dando origem à República Rio-Grandense. Estendeu-se de 20 de setembro de 1835 a 1 de março de 1845.
Farrapos ou farroupilhas foram chamados todos os que se revoltaram contra o governo imperial, e que culminou com a Proclamação da Republica Rio-Grandense. A maçonaria sulista teve importante papel nos rumos tomados, tendendo aos ideais republicanos.
Na noite de 18 de setembro de 1835, em uma reunião onde estavam presentes diversas figuras importantes,decidiu-se por unanimidade que dentro de dois dias, no dia 20 de setembro de 1835, tomariam militarmente Porto Alegre e destituiriam o presidente provincial Antônio Rodrigues Fernandes Braga.
Em várias cidades do interior as milícias foram alertadas para deflagrarem a revolta. Bento comandava uma tropa reunida em Pedras Brancas, hoje cidade de Guaíba. Gomes Jardim e Onofre Pires comandavam os farroupilhas aquartelados, com cerca de 200 homens, no morro da Azenha, o atual cemitério São Miguel e Almas. Também mantinham, no dia 19 de setembro de 1835, um piquete com 30 homens nas imediações da ponte da Azenha, comandado por Manuel Vieira da Rocha, o cabo Rocha, que aguardava o amanhecer do dia 20 para investir, junto com o restante da tropa, contra os muros da vila. Porém Fernandes Braga ouvira alguns boatos e desconfiado, mandou uma partida de 9 homens sob o comando de José Gordilho de Barbuda Filho, o 2° visconde de Camamu, fazer um reconhecimento durante à noite. Descuidados e inexperientes, os guardas imperiais se deixaram notar e foram atacados pelo piquete republicano e fugiram, resultando 2 mortos e cinco feridos. Um dos feridos, o próprio visconde, sujo e ensanguentado alertou Fernandes Braga da revolta. Eram 11 horas da noite de 19 de setembro de 1835.
Fernandes Braga ainda tentou organizar uma resistência, ao amanhecer estava junto ao arsenal de guerra, hoje ponta do Gasômetro, tentando reunir homens para a resistência. Porém, até o meio da tarde somente 17 homens se apresentaram para defender a cidade, pois o 8° Batalhão de Caçadores, comandado por João Manuel de Lima e Silva havia se declarado revolucionário]. Vendo a escassez de armas e munição, Braga resolve fugir a bordo da escuna Rio-Grandense, seguido pela canhoneira 19 de Outubro, indo parar em Rio Grande, então maior cidade da Província, não sem antes voltar ao palácio do Governo, pegar alguns documentos e todo o dinheiro dos cofres provinciais.
Os farroupilhas adiaram a investida combinada, devido ao inusitado da noite anterior. Somente ao amanhecer o dia 21 de setembro de 1835, chegam às portas da cidade Bento Gonçalves e os demais comandantes, seguidos por suas respectivas tropas. Porto Alegre abandonada, sem resistência, entregou-se aos revolucionários. No resto da província apenas alguns focos de resistência em Rio Pardo e São Gabriel, além de Rio Grande, mantinham os farroupilhas ocupados.
A Câmara Municipal reuniu-se extraordinariamente para ocupar o cargo de Presidente. Na ausência dos vices-presidentes imediatos, assume o quarto vice, Dr. Marciano Pereira Ribeiro. Em 25 de setembro Bento Gonçalves expede uma carta ao Regente Imperial, padre Diogo Antônio Feijó, explicando os motivos da revolta e solicitando a nomeação de um novo Presidente e comandante das armas. Os revoltosos davam, então, o conflito por encerrado.
Reaçao Imperial
De Rio Grande, Fernandes Braga embarca para o Rio de Janeiro em 23 de outubro, capital do Império do Brasil. Uma vez na Corte, Braga passa a sua versão da história, bastante diferente da carta enviada por Bento Gonçalves. O novo indicado José de Araújo Ribeiro, veio acompanhado de um verdadeiro aparato de guerra: onze brigues e escunas, além de diversas canhoneiras, lanchas e iates, carregados de armamento e muitos soldados imperiais, sob o comando do capitão de mar e guerra John Pascoe Grenfell.
Araújo Ribeiro chegou a Porto Alegre no início de dezembro, devendo tomar posse em 9 de dezembro. Uma confusão em relação ao papel de Pereira Duarte no apoio à causa farroupilha fez com que fosse adiada a posse, retirando-se Araújo Ribeiro para Rio Grande, com intenção de retornar à Corte. Lá foi convencido por Bento Manuel e outros amigos a permanecer, com a promessa de apoio à Presidência, tomou então posse perante a Câmara Municipal de Rio Grande, em 15 de janeiro de 1836. Bento Manuel, que havia apoiado a revolta inicial e ainda iria trocar de lado na disputa duas vezes, desloca-se para o interior e depois para Porto Alegre com o intuito de cercá-la. Os liberais receberam a posse de Araújo Ribeiro como declaração de guerra, reunindo seus soldados que estavam dispersos desde outubro, sob a presidência de Marciano Ribeiro.
Como Presidente Imperial da Província, Araújo Ribeiro tratou de recompor seu exército, reunindo oficiais gaúchos contrários aos farroupilhas, como João da Silva Tavares, Francisco Pedro de Abreu (o Chico Pedro ou Moringue), Manuel Marques de Sousa, mais tarde conde de Porto Alegre, Bento Manuel Ribeiro, Manuel Luís Osório (hoje patrono da cavalaria do Brasil), e até mesmo contratando mercenários vindos do Uruguai. Inicia aí a resistência em Rio Grande e a perseguição aos revoltosos.
Dias depois, Bento Gonçalves tenta retomar a capital, é rechaçado, e começa um sítio ao redor da cidade que ficou na história como um dos mais longos sítios militares a uma cidade brasileira. Ao todo 1.283 dias, terminando somente em dezembro de 1840. Sem o controle da capital e do único porto marítimo da província, os revoltosos estabeleceram quartel-general na cidade de Piratini.

A Revolta Praieira (1848-1850)

Nascido em berço humilde, num local paupérrimo no interior do sertão, Antonio demonstrou desde cedo um grande esforço pessoal que o levou a se tornar Brigadeiro do Exército Imperial Brasileiro. Como capitão, tomou parte na pacificação da Revolta Praieira, em 1848, na Província de Pernambuco.
Considerada a maior revolta do período monárquico, tinha mais caráter social do que político, pois o povo pernambucano desejava acabar com o monopólio dos senhores de engenho nas terras do interior e dos portugueses no comércio das cidades. Na época, o país se recuperava da crise econômica. Porém, enquanto as províncias do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais progrediam economicamente com a produção e exportação do café, as províncias nordestinas decaiam devido à crise de exportação do açúcar e do algodão. O controle lusitano agravava ainda mais a pobreza do povo pernambucano.
Em 1842, um grupo de democratas e liberais pernambucanos, liderados por personagens como Borges da Fonseca, Abreu Lima, Inácio Bento de Loiola, Nunes Machado e Pedro Ivo, organizaram-se politicamente e fundaram o Partido da Praia. Mais tarde, em 1848, lançaram o “Manifesto ao Mundo”, documento em que exigiam o fim da monarquia e a proclamação de uma república; o fim do voto censitário; o fim dos privilégios comerciais e estrangeiros e a liberdade de imprensa. Foram esses membros do Partido da Praia que desencadearam a revolta, que ficou conhecida como Revolução Praieira. Os revolucionários tentaram tomar Recife. Porém, fracassaram, pois as forças imperiais, leais ao governo monárquico, reagiram e contiveram a revolta nas principais cidades.
Nessa época, o então Capitão Antônio de Sampaio, vindo do Rio Grande do Sul, se manteve longo período em Canguçu, mantendo a paz em posição estratégica entre Piratini e Caçapava. A Revolução Praieira foi completamente debelada em 1849. Com o fim desta, encerrou-se a fase de revoltas e agitações sociais do Brasil Império.

Fontes: http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/ult1689u42.jhtm http://www.brasilescola.com/historiab/revolucao-praieira.htm